11/02/2017

O aquecimento global e os efeitos no clima do Nordeste

Estudo da ONU aponta futuro sombrio para o Nordeste. O Nordeste será um grande deserto.

Atividades Agrícolas deverão desaparecer durante este século

Segundo um estudo organizado pela ONU em 2016 os efeitos do Aquecimento Global serão devastadores para o Nordeste do Brasil. Com os efeitos das mudanças climáticas o Clima e a Agricultura não serão mais os mesmos. Os prognósticos indicam que no final do século XXI haverá uma grande variação no nível de precipitação em todo o Brasil. Estima-se que no Nordeste haverá uma redução de 22% das chuvas enquanto que nas regiões mais sulinas haverá um aumento gradativo à medida que ruma para o extremo sul, chegando a um aumento de 25% das chuvas.

A disparidade entre Nordeste e sul do país que historicamente é grande, ficará ainda maior. Essa escassez de água terá impacto direto na agricultura local. Essa conclusão constas nos relatórios “O Estao Mundial da Agricultura e da Alimentação” (SOFA, na sigla em inglês) e “Mudanças Climáticas e Segurança Alimentar e Nutricional da América Latina e Caribe”, publicados em outubro de 2016 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO).

Segundo a FAO, as alterações no padrão das chuvas terão impacto direto na agricultura latino-americana e caribe, e será cada vez mais difícil realizar colheitas, criar animais, gerir florestas e pescar nos mesmos locais e da mesma forma que anteriormente. Essas mudanças se darão tanto nos locais que terão redução de chuvas, quanto nos locais que terão aumento acentuado.

O Nordeste, será o mais castigado segundo o estudo. Estima-se que até o final desse século, se nada for feito, a escassez de água será plena e a vegetação será muito castigada. As áreas de desertificação aumentarão em mais de 65% e a agricultura tradicional desaparecerá juntamente com a criação de animais. As fontes de água secarão e os reservatórios não acumularão água suficiente para os longos períodos de estiagem que aparecerão. A paisagem ficará muito próxima de um deserto e as condições de vida ficarão impraticáveis.

A falta de água
Com os efeitos do aquecimento global os períodos de secas prologadas ficarão cada vez mais fortes. Como consequência das estiagens sucessivas os reservatórios vão secar e com isso a captação da água será redirecionado para o subsolo. Acontece que com a falta de chuva os reservatórios subterrâneos também não serão reabastecidos e ao longo do século deverão ficar bastante escassos. As fontes naturais secarão e os rios perenes secarão por completo. Quando houver chuvas, o pouco de água que cair será rapidamente absorvido pelo solo degradado pelo calor excessivo. As chuvas não serão capazes de encher os reservatórios de água e tão menos ainda de recompor o nível das águas subterrâneas. O problema persistirá pelos séculos seguintes até o total colapso da região.

Efeitos da falta de água
Os primeiros efeitos da falta de água no Nordeste serão na agricultura e pecuária tradicionais. Ambos deverão desaparecer rapidamente.
Os efeitos secundários serão consequência do desaparecimento da agricultura: a falta de alimentos. Segundo a FAO, o Nordeste deverá ficar totalmente dependente da agricultura e da pecuária das outras regiões do Brasil, encarecendo o preço dos alimentos e sobrecarregando as outras regiões.

Então chegará o efeito mais calamitoso desse desastre anunciado: a fome e a sede do povo. Com o desaparecimento das atividades agrícolas a região mergulhará numa onda de empobrecimento da população. Além disso, a necessidade de importar alimento com auto preço de custo extirpará o poder econômico das famílias. As condições de vidas deverão se aproximar ao dos países africanos. Mais pobres.

O êxodo
Para finalizar teremos um êxodo em massa do Nordeste. Sem condições de sobrevivência a população migrará para as regiões mais abastardas do Brasil o que deverá agravar as condições dessas regiões que terão um inchaço populacional sem precedentes. Essas regiões passarão a enfrentar problemas ainda maiores de ocupação desordenada, falta de estrutura básica na saúde, educação e segurança pública aumentando de forma exponencial a violência, analfabetismo e doenças. A renda per-capita diminuirá significativamente juntamente com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Esse relatório faz uma avaliação de todos os países. Nesta reportagem destacamos apenas a região Nordeste do Brasil. Para ler o relatório na integra acesse o link abaixo. O relatório possui 214 páginas e traz um estudo detalhado sobre os prognósticos das mudanças climática e seus efeitos no mundo até 2099.

Para baixar relatório completo.

Fonte: ONUBR