História

Por: Tribuna de ACOPIARA

Primitivamente o território de Acopiara pertencia aos índios Quixelô. No século XVIII, logos após a pacificação dos nativos, em 04 de julho de 1719 essas terras foram concedidas pelo Capitão-Mor Salvador Alves da Silva ao Alferes Antonio Vieira PitaCom a expansão das atividades pecuárias no estado do Ceará durante o século XVIII, vários fazendeiros vieram estabelecer-se na região e deram origem ao núcleo urbano, ao qual foi atribuída a designação de "Os Lages". Sua vinculação geográfica tinha como subordinante o Distrito denominado de Vila Telha (Iguatu). A denominação Lajes tinha por designativo característico a sua formação geológica, envolvendo pedreiras, elevações irregulares e chãs ribeirinhas, compondo dessa forma pequenos nódulos de solos diversificados.

Lajes competia pela hegemonia dessa região com mais dois povoados: Bom Sucesso e São José (Hoje Trussu e Quincoê respectivamente) que levavam ligeira vantagem no desenvolvimento social e econômico até que em 1908 o povoado de Lajes passa à categoria de Distrito com a designação de Afonso Pena que era subordinado à cidade hoje conhecida por Iguatu.

A Evolução só veio de fato em 1910 quando se deu a expansão da Estrada de Ferro de Baturité até Crato. A "linha do trem" como era popularmente conhecida cortou o Distrito de Afonso Pena ao meio trazendo consigo uma explosão econômica, populacional e cultural nunca antes vivenciado. Afonso Pena que outrora figurava como coadjuvante na evolução econômica da região, rapidamente superou seus vizinhos Bom Sucesso e São José. Em 10 de julho de 1919 o povoado ganhou sua própria estação ferroviária, marco inicial para sua emancipação.

A emancipação era inevitável. A contar de então, Afonso Pena tomou novos rumos e partiu para a sua emancipação já nos padrões urbanos exigidos à época. O seu desmembramento, na qualidade de Distrito até então vinculado ao Iguatu, deu-se consoante Lei nº 1.875, de 28 de Setembro de 1921. Desse modo, foi fundada a Cidade de Afonso Pena que era composta por dois distritos: A sede Afonso Pena e a recém anexada Bom Sucesso, hoje Trussu. Teve como seu primeiro Prefeito Celso de Oliveira Castro.

RELIGIÃO: Embora se saiba que nenhum Município cearense e quiçá brasileiro se tenha formado sem precedentes eclesiais, Acopiara se nos apresenta como exceção ou, pelo menos, a esses registros não tivemos acesso. Acreditamos ter apanhado o trem em marcha, posto a 12 de outubro de 1921, institui-se oficialmente a Freguesia, tendo como padroeira Nossa Senhora do Socorro. A Igreja-Matriz, já em perfil modernizado teve como fundador Monsenhor José Coelho da Rocha e como seu primeiro vigário o padre Leopoldo Rolim.

O FETAC: O Festival de Teatro de Acopiara teve início no ano de 1989, com a realização de mostra de espetáculos teatrais de grupos de Acopiara. A partir da quinta edição, o FETAC passou a ser regional e em seguida interiorano, sendo o grande motivador de grupos e artistas teatrais, promovendo a articulação, mobilização, potencialização e fomento do teatro do interior cearense.

O Festival de Teatro de Acopiara é hoje um importante patrimônio cultural do Ceará, já foram realizadas 21 edições consecutivas. É um festival exclusivo do interior cearense, sendo responsável pela articulação e fortalecimento do movimento teatral do interior do Ceará. Muitos são os grupos que nasceram no FETAC e continuam produzindo a partir da participação no festival.

O teatro do interior cearense necessita de espaços e eventos que favoreçam a circulação dos espetáculos produzidos, bem como o incentivo à produção. Por falta de mecanismos de formação, articulação e, sobretudo de subsistência, o teatro do interior do Ceará, é essencialmente “amador”, no sentido de não haver uma sistemática profissional, sendo um teatro feito na maioria por jovens. Poucos são os grupos que resistem e conseguem manter-se produzindo e apresentando seus trabalhos artísticos. Nos seus 22 anos, O FETAC tem cumprido papel importante de garantir espaço para os grupos teatrais do interior do Ceará, promoverem a articulação e o debate sobre o fazer teatral, no tocante à qualidade dos trabalhos, a formação técnica, as políticas públicas, a articulação e organização de um movimento, que venham buscar mecanismos de incentivo e subsistência dos fazedores de teatro.