Por: Tribuna de ACOPIARA
Rogério Ceni é, provavelmente, o ser humano que melhor conhece o São Paulo.
© Gazeta Press Rogério Ceni durante treino no Ct da Barra Funda. Ao seu lado, Luiz Araújo e Cueva, dois dos destaques da equipe neste ano |
Passou 27 anos no clube, conquistou três Brasileiros, uma Libertadores, o Mundial e se tornou o jogador que mais vezes vestiu a camisa de um mesmo time de futebol na história: são 1197 jogos.
Talvez isso explique porque, mesmo "recém chegado", o agora treinador já conhece tão bem seu elenco. Desde sua primeira partida, foram 56 aparições de jogadores com passagens pelas categorias de base do clube. Nos últimos 10 anos, nenhum técnico conseguiu tal feito.
Rogério Ceni durante seu retorno ao Morumbi. |
Quem mais se aproxima é Adilson Batista, que em sua primeira dezena de confrontos comandando a equipe deu espaço para os jovens em 50 ocasiões. Com Emerson Leão e Ney Franco, respectivamente os dois sucessores de Adilson, foram 49 oportunidades no mesmo espaço de tempo.
Com uma média de 5,6 jogadores da base por jogo, Ceni supera até o início de ano do Santos, famoso por utilizar bem as canteras do clube, que tem média de 4 - lembrando que a equipe de Dorival Jr ainda não disputou 10 partidas neste ano.
Além de uma promessa de Rogério, trabalhar bem as categorias de base é um desejo e uma necessidade do São Paulo. O time sofreu financeiramente nos últimos anos e pode ver no CT de Cotia a salvação tanto para seus cofres quanto para o futebol apresentado em campo.
Se comparado a seus antecessores mais próximos, o ex-arqueiro goleia. Osório, nas suas 10 primeiras partidas de 2015, utilizou 33 jogadores da base do clube; No respectivo período de 2016, Bauza usou 23 jovens, enquanto Ricardo Gomes, seu sucessor, 26.
Rogério Ceni durante seu retorno ao Morumbi. |
A marca se torna ainda mais impressionante se lembrarmos que o próprio Ceni entra para a conta de jogadores da base utilizados por muitos dos que o antecederam. Todos os treinadores, desde Telê Santana até o final de 2015, puderam contar com o goleiro, que passou pelo centro de formação do clube. Escalá-lo era longe de ser uma aposta em um jovem, era quase uma obrigação.
Nem mesmo Muricy Ramalho, outro grande conhecedor dos corredores do Morumbi, conseguiu fazer melhor. O hoje comentarista de televisão deu chance para 37 atletas de Cotia em sua mais recente passagem pelo São Paulo, em 2013.
Dos jovens que Ceni vem utilizando, João Schmidt foi o único que atuou em todas as partidas. Rodrigo Caio e Luiz Araújo são os outros dois "queridos" do treinador, com 9 aparições cada. Para a lateral esquerda, posição que assombra a torcida nos últimos anos, a base também parece ter sido a solução. Junior Tavares, que no sub-20 foi pouco aproveitado, participou de sete jogos neste ano, já deu assistência para gol de Lucas Pratto e se firmou como titular.
Com a colaboração de: MSN Notícias, ESPN e Gazeta Press