06/05/2017

Açude Adauto Bezerra secou há dois anos.

Por: Tribuna de ACOPIARA

A esperança é a implantação de uma adutora de 38Km de extensão


Esta cidade do Vale do Jaguaribe enfrenta uma grave crise de desabastecimento de água. O Açude Adauto Bezerra, que atendia a demanda dos moradores, secou há mais de dois anos. Em janeiro passado, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) suspendeu o atendimento por meio de carros-pipa na área urbana. O quadro agravou-se e a alternativa que resta aos moradores é comprar água de caminhões particulares.

Apenas uma vez por semana, e durante duas horas, no centro da cidade ainda chega um pouco de água nas torneiras. A esperança dos moradores é a implantação de uma Adutora de Montagem Rápida (AMR) de 38Km de extensão, sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), que vai captar água no Rio Jaguaribe, na localidade de Mapuá, oriunda do Açude Orós. O serviço deve ser concluído no início de junho, segundo o encarregado, Edvaldo Pereira.


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O aposentado Francisco Cavalcante da Silva, 92, sempre morou em Pereiro. Ao longo da vida, já enfrentou secas intensas e traz na memória as dificuldades nas estiagens de 1932, 1958, 1970 e outras mais recentes. "Naquele tempo, a gente conseguia água nas cacimbas, mas agora secou tudo", contou. Com os olhos lacrimejando, retirou R$ 25 para pagar o abastecimento de mil litros por carro-pipa particular. Se fosse água de melhor qualidade, para o consumo humano, seria bem mais caro. Na cidade, os pipeiros vendem mil litros por R$ 75. "O senhor está vendo eu pagar, com dificuldade, porque não tem um pingo de água aqui em casa", disse.

Nas ruas da cidade, o vai-e -vem de carros-pipa é cena diária e comum. Há dezenas deles a serviço da Operação Pipa do Exército, que fazem a captação de água distante mais de 100Km, na cidade de Jaguaribara. A presença de dezenas de caixas plásticas de água, que funcionam como cisternas, com capacidade para cinco mil litros, modificou a paisagem urbana de Pereiro. Há uma delas na praça bem em frente à Igreja Matriz. Outras espalhadas nos bairros.

O abastecimento era feito pela Defesa Civil do Estado, mas está suspenso desde janeiro passado, segundo o secretário de Meio Ambiente e coordenador da Comissão Municipal de Defesa Civil (Comdec), Jobenemar Carvalho dos Santos. O município deve receber mais dez caixas, com capacidade ampliada para 10 mil litros, doadas pelo Dnocs, e que serão instaladas em pontos estratégicos.

Apesar da crise de desabastecimento, há poços que foram perfurados pelo governo do Estado por meio da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), mas que nunca funcionaram por falta de instalação da rede de energia elétrica pela Enel Distribuidora.

Na zona rural de Pereiro, a situação melhorou porque as cisternas receberam água das últimas chuvas. Os pequenos açudes também tiveram um pouco de recarga. De 19 rotas da Operação Pipa, que atende a 90 comunidades rurais, cerca de 60% devem ser desativadas. (H.B.)

Com a colaboração do Diário do Nordeste

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